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03 agosto 2006

OS REZENDE DA MINHA VIDA

Guilherme e Lúcia Helena
A casa deles - São João del Rei


MADRUGADA

Para Guilherme Rezende

Para que me ouças
é preciso que a noite se desnude do véu de sombras
revele seus mistérios e encoste ao teu ouvido
minha fala de anjo.
As palavras que te direi serão banais
com a carga vital que armazenamos
de ar da maresia evaporada das vagas
de qualquer mar.
Não ouvirás segredos nem promessas!
As palavras que te direi serão fatais
manifesto profundo
das verdadeiras sensações
paridas da convivência minguada
pelo cerco das montanhas
pelas estradas sem fendas
pela mudez do tempo.
Para que me ouças
naufraga teu olhar delicado
na linha invisível do horizonte
onde
construída de aurora e madrugada
terei tempo
terei coragem
terei audácia
para vencer os dragões do medo
e dizimá-los
e de resto
um cofre de lembranças
armadura de seda
para a solitária travessia deste dia.

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