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26 janeiro 2011

+ EMAIL AMOROSO














Aurora boreal!
Sitiado, sim, porém mais ensolarado, tanto no estreito dos olhos quanto na largura das horas. Não chove há dois dias, sendo assim, a estrada seca, as folhas perdem um pouco do viço, mas brilham ao lamber do vento como pequenas línguas de vidro. Já viu as folhas de uma pereira recebendo cócegas do vento? É lindo, uma explosão de pequenas luzes dançantes... gosto tanto! Mas ainda prefiro o tempo nublado, a cobertura de névoa, o humor musgoso dos caminhos de pedra e toda massa cinza que esfria o céu e pede por uma caneca de chá.
Alex Sens

12 janeiro 2011

LENDO MURILO MENDES


Não vale estar na mira do que não vem
não vale espreitar o nada
não vale consumir
o ar
puro
presente
de quem?
não vale beber a água do sonho
se o sal mora na garganta
muda
não vale prever a breve aquiescência
o que vem é o contrário
o não solene
nos lábios crestados
não vale estar por perto
se, ao estar só
inunda-se a mente
de vazio.
(Do livro "O Tempo Guardado...)

11 janeiro 2011

DIVAGAÇÃO

Contei os dias pelas horas
conferi as fases da lua
a Terra escondeu o Sol
!eclipse oculto
neve e chuva pousaram em tua janela
de teus passos nem os rastros
de tua voz o silêncio.

09 janeiro 2011

BOAS NOTÍCIAS!

 












“Não desapareci. Como o sol durante a noite, estou noutro lado de mim, iluminando outros hemisférios, não distante, mas circular e presente. [...]
Minha caríssima, saudade de nossas cartas! E digo: seu belíssimo livro chegou hoje! Que beleza, que cuidado gráfico! Vou começar o mergulho com a ponta dos dedos dos pés hoje à noite, antes de dormir. A resenha? Deve sair em fevereiro, com muito prazer! :-) Durante o mergulho do resto do corpo, manterei sua luz boreal informada das minhas impressões com tão ricos versos cujos corpos já receberam cócegas dos meus olhos ansiosos e curiosos.” (@alexsens)

07 janeiro 2011




Me vejo  sob as estrelas
muito antes que o dia
tranque as portas do poente
antes que meu corpo se entenda
para a vigília que a noite exige.

Céu de névoa
esquivado nas dobras da noite
nenhum risco de claridade
nada
que possa te decifrar.

Celas de silêncio
elos de mistério
tudo
circunscreve tua mudez.

Onde pousar minha fala?
Noite avara!
Se negas vinco / ranhura / dobra seca.

(AuGraca, 29dez2010)