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20 junho 2007

CLARIDADE DA ACOLHIDA


CLARIDADE DA ACOLHIDA

Quisera ser amiga da noite para com ela ou dentro dela
compartilhar de seus mistérios e armadilhas.
A claridade que me alucina durante o dia
me oculta para o resto das horas e durmo
impedida de perceber o que a inspiração dos deuses
traz para cada um.
Aproveitando os vestígios de luz que a noite ainda recebe
da lua escondida em alguma nuvem
de algum sol que fugiu da China
de nosso coração em brasa
das fogueiras que os amantes acenderam ao seu redor
da tarde ensolarada deste norte
dos olhos incandescentes e atormentados pelo que não viram
do vermelho do sangue derramado
em lágrimas ardentes pelo mundo
de onde terá chegado essa réstia de luz ao teu peito
do coração de quem não está?
Lúcia Fernando Anita
do sono profundo e adolescente de Vitor
da discreção de Ana
da eufórica Dodora
da ansiedade de Jane
da sisudez e sabedoria de Zeca
do bom humor de Márcio
do ar reservado e quieto de Zé Carlos
da baianidade escondida de Inez
de onde?
talvez da paz de Dona Anita no colo de Deus?
Me ilumino da claridade desta manhã
e te acolho com a alegria da amizade
que faz de nós criaturas abertas para a vida.
(Aurora da Graça, 2005)

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