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17 dezembro 2010

A TARDE


A tarde se parte.
Um lado de sombra me acolhe
ando pelo corredor sendo feliz.
Na mesa da cozinha
as sobras da fome desmedida dizem além do copo
impregnado de teu hálito.
Não me importa a louça na pia.
Resto de café migra para o ralo
pensamentos corporificam tua presença
milagre da tarde dividida.


Na orgia do tempo
serei apenas a dona dos arrozais vergados
das quinquilharias imprestáveis
dona da noite morta.
Por bebida, água do tempo
de certeza, o olhar
varando a indelével promessa
ser mais clara que o sol
se dessa luz brotar o fim da agonia.

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