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02 julho 2006


















NÓ DE BRILHO

Nascerei tantas vezes
Que a matéria de ser
Minguará
Nascerei do suor
Que o gesto alarga
Nascerei do fogo
Forjador da pele
em brasa
nascerei do gesto
libertado
nascerei do brilho
que a nudez do dia
transfigura
nascerei profana
vaca
peixes
luz do dia
nascerei março
nó de pedra
nó de brilho

nascerei trilha
sol
velas ao vento
nascerei água
aurora
maresia

nascerei sangue
que me lastra
vias de fervor
nascerei garra
flor
maré de lua
nascerei manga
colibri
açude
cerca

Nascerei tantas vezes
Que a agonia
Fracará

Nascerei só
De brilho.

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