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11 setembro 2009


ARREBENTAÇÃO

A noite avança sem pedir licença
absoluta
sem dizer a que veio.

A noite é lugar oculto
para a voz
para o sono
para o obscuro
pensar.

A noite estende o pano negro
da melancolia disfarçada e inútil
estado de voraz decifração do nada.

A noite aponta o que longe não se vê
dedos de névoa
escafandro
limite
paraíso de segredos
senhora dos desejos
“breu do ciúme”
cais despedaçado.

Noite!
Nenhuma água te lava.

(Aurora da Graça, 2009)

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