
ARREBENTAÇÃO
A noite avança sem pedir licença
absoluta
sem dizer a que veio.
A noite é lugar oculto
para a voz
para o sono
para o obscuro
pensar.
A noite estende o pano negro
da melancolia disfarçada e inútil
estado de voraz decifração do nada.
A noite aponta o que longe não se vê
dedos de névoa
escafandro
limite
paraíso de segredos
senhora dos desejos
“breu do ciúme”
cais despedaçado.
Noite!
Nenhuma água te lava.
A noite avança sem pedir licença
absoluta
sem dizer a que veio.
A noite é lugar oculto
para a voz
para o sono
para o obscuro
pensar.
A noite estende o pano negro
da melancolia disfarçada e inútil
estado de voraz decifração do nada.
A noite aponta o que longe não se vê
dedos de névoa
escafandro
limite
paraíso de segredos
senhora dos desejos
“breu do ciúme”
cais despedaçado.
Noite!
Nenhuma água te lava.
(Aurora da Graça, 2009)