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Em um lugar pequeno
guardaria se coubesse
a brisa
o milagre
e as palavras
em outro lugar menor ainda
esconderia o brilho dos olhos
farol ou lamparina
na caixa de marfim
libertaria o riso
nas mãos pequenas
sem maciez
o gesto inconsistente
diria adeus.
(Aurora da Graça, 2008)
20 julho 2008
15 julho 2008

(desenho de Fernando Chuí)
NÃO TER
Quisera não ter penas
meu riso se espalharia
quisera não ter pernas
usaria minhas asas
quisera não ter mãos
o poema se calaria
quisera não ter olhos
o escuro seria imagem
quisera não ter alma
seria irmã do robô
quisera não ter febre
fosse brasa camuflada
quisera não ser estilhaço
que a palavra fere e cala.
Quisera não ter penas
meu riso se espalharia
quisera não ter pernas
usaria minhas asas
quisera não ter mãos
o poema se calaria
quisera não ter olhos
o escuro seria imagem
quisera não ter alma
seria irmã do robô
quisera não ter febre
fosse brasa camuflada
quisera não ser estilhaço
que a palavra fere e cala.
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