2012 - Ano pelo fim Ano véspera do que virá
Caminho
pela cidade mutilada.
Sobrados
seculares abrigam automóveis e mendigos.
Caminho
pelos restos de passado e glórias corroídas
beirais
tinturados de limo e sol.
Tempo
perdido entre escombros.
Cidade
quatrocentona!
Quatrocentos
becos
quatrocentas
pedras de cantaria
quatrocentas
ladeiras
quatrocentas
praças destroçadas.
Foram-se
as alamedas floridas.
Nas
ruas estreitas afloram crateras
pedras
centenárias esbarram nas calçadas
_
atropelam teus sonhos senis.
Cidade
de quatrocentos anos!
Teu
presente se entontece na modernidade
chips
e outras quinquilharias cibernéticas
sombreiam
teus escritos parnasianos
teus
poemas de amor soletrados nas janelas de outrora.
400
desejos
400
amores
400
segredos camuflados nos porões.
Tempo
perdido entre escombros.
A
flama do tempo moderno te acena
do
lado oposto onde o mar desenha seu bailado.
Aurora da Graça (São Luís, 31 dezembro 2012)